O diretor jurídico da BetMGM, Eduardo Ludmer, alertou que a proibição de influenciadores na publicidade de apostas pode fortalecer o mercado ilegal. Ele defende o uso responsável desses canais como forma de educar o público e proteger o setor regulamentado.
Restrições a influenciadores podem fortalecer mercado ilegal de apostas, alerta executivo da BetMGM

As novas restrições à publicidade de apostas no Brasil, especialmente a proibição do uso de influenciadores digitais, acenderam um sinal de alerta no setor. Para Eduardo Ludmer, diretor jurídico da BetMGM, essas medidas podem ter um efeito reverso, favorecendo justamente o mercado ilegal.
As limitações foram aprovadas pelo Senado em maio, após intensos debates na CPI das Apostas, que investigou o impacto da publicidade sobre jogos de azar. A relatora Senadora Soraya Thronicke chegou a recomendar o indiciamento de influenciadores como Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra, sob alegações de promoção enganosa de apostas. No entanto, o relatório final da CPI foi rejeitado — algo inédito em mais de 10 anos.
Mesmo com o fim da CPI, o Senado aprovou novas regras que proíbem o uso de influenciadores em campanhas publicitárias de jogos. Para Ludmer, isso representa um risco de empurrar os usuários para plataformas ilegais, que operam fora do alcance regulatório.
“Restringir operadores legais pode fortalecer o mercado ilegal, que ignora normas, não protege o apostador e prejudica a reputação do setor”, afirma Ludmer.
🎯 Influenciadores ainda podem ter papel positivo
Apesar das críticas às restrições, Ludmer destaca que influenciadores podem ser aliados da legalidade, se utilizados com responsabilidade e transparência. Ele cita um levantamento do Instituto Brasileiro do Jogo Responsável, que aponta que 78% dos brasileiros não conseguem distinguir sites legais de ilegais.
“Apostar não é investimento. É entretenimento. Com diretrizes claras e fiscalização, os influenciadores podem educar e proteger o público”, defende o executivo.
📉 Mercado paralelo preocupa operadores legais
O alerta da BetMGM reflete uma preocupação crescente entre as operadoras licenciadas no Brasil: a concorrência desleal do mercado paralelo. De acordo com estimativas da H2 Gambling Capital, cerca de 30% do setor ainda é dominado por sites ilegais.
Eduardo reforça que para atrair usuários ao mercado regulado é necessário equilíbrio entre impostos, regras claras e campanhas educativas.
“A sustentabilidade do setor depende de um modelo regulatório que incentive a migração dos apostadores para o mercado legal, promovendo concorrência justa e proteção real ao consumidor.”